quarta-feira, 27 de abril de 2011

Saudades



Ninguém abra a sua porta

para ver o que aconteceu:

saimos de braço dado,

a noite escura mais eu.



Ela não sabe o meu rumo,

eu não lhe pergunto o seu:

não posso perder mais nada,

se o que houve já se perdeu.



Vou pelo braço da noite, levando tudo que é meu:

a dor que os homens me deram,

e a canção que Deus me deu.



(Cecília Meireles)

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